Património
e Museus
O património dos Açores
remonta até meados dos século XV. Não é portanto surpreendente a
variedade de interesses, temas e valores que se podem encontrar
pelos museus dos Açores. por vezes a própria localização dos museus
é tão interessante quanto a sua própria colecção, e é com frequência
que se podem encontrar espólios culturais, históricos ou mesmo naturais
deveras extraordinários em museus à partida menos significativos,
sendo que é, todavia na própria arquitectura das vilas e cidades
que se encontra uma das maiores reservas de património do arquipélago.
Alguns dos museus
orgulham-se de apresentar nas suas colecções, objectos como cartas
ou escritos diversos, peças de mobiliário ou decorativas, livros,
e objectos pessoais pertencentes a famílias que se encontravam entre
os primeiros colonizadores destas ilhas, atestando as suas diferentes
origens.
Diz-se que Cristóvão Colombo
fez paragem em Santa Maria na sua primeira viagem à América e fez
ainda questão de cumprir o culto religioso de parar numa das capelas
da ilha para pedir ajuda divina. Porém, diz-se também que antes
de o conseguir fazer teve que perder algum tempo a tentar explicar
a população de que não era um pirata, como tantos outros que acostavam
nas ilhas. Uma boa parte dos museus dos Açores demonstra o apego
que as populações sentem com respeito ao seu património, quer seja
este cultural, histórico ou natural.
SÃO MIGUEL
Um dos mais conceituados
museus dos Açores, cuja colecção começou em 1880 sobretudo com itens
dos campos da zoologia, botânica e mineralogia, é o Museu Carlos
Machado, em Ponta Delgada. Mais tarde foram sendo acrescentados
à colecção do museu elementos que começaram a justificar o aparecimento
de secções etnográficas e de arte regional. Em 1930 o museu surge
na sua localização actual, o Convento de Santo André, que data de
cerca de 1600. Desde então, à sua colecção forma acrescentadas as
categorias de joalharia, arte tradicional, azulejo, porcelana, pintura,
entre outras.
PICO
Havendo pelos Açores alguns
museus mais ou menos dedicados à temática do cachalote e da caça
à baleia, é na ilha do Pico, a que mais se destacou ao longo dos
anos nesta actividade, que se localiza o museu dos baleeiros mais
completo do arquipélago, até por ter como curador o Professor Malcolm
Clarke, uma autoridade mundial no estudo do cachalote. Numa das
exposições pode ver-se um modelo-silhueta em tamanho real do maior
cachalote alguma vez apanhado nos Açores.
TERCEIRA
Na Terceira, para muitos
a capital cultural da região, existem diversos museus, incluindo
o Museu de Angra do Heroísmo, situado num antigo convento franciscano
do século XVII. Aqui pode encontrar-se um pouco de tudo, desde carruagens
a peças de cerâmica, passando por armas, medalhas, moedas, instrumentos
de navegação, esculturas, pinturas, peças de mobiliário e de porcelana,
etc. Além do museu, o convento alberga ainda a igreja de São Francisco,
conhecida por Igreja de Nossa Senhora da Guia, que é um belíssimo
exemplar de arquitectura religiosa do século XVIII, ostentando magníficos
trabalhos de madeira quer nos tectos, quer em retábulos e no altar.
Decoram também a igreja esculturas e estátuas bem como painéis de
azulejos únicos.
Em Angra do Heroísmo,
mais uma vez é a arquitectura um dos maiores depositários do património
histórico e cultural dos Açores. o centro da cidade, sendo hoje
Património Cultural da Humanidade, classificado pela UNESCO, bem
merece alguns dias de visita, que testemunham o significado desta
cidade, que já foi uma dos principais pontes de ligação entre a
capital portuguesa e os territórios explorados para lá do Atlântico,
entre o Velho e o Novo Mundos. O Castelo de São Sebastião, a Fortaleza
do Monte Brasil, a Igreja de São João Baptista, ou qualquer um dos
nove conventos da cidade, todos atestam a evolução e significado
desta cidade que bem poderia ser, toda ela, um museu vivo.
Ainda
na ilha Terceira surgiu recentemente um museu do vinho, actividade
que já teve um tempo bem mais glorioso no arquipélago, mas à qual
volta a ser dada alguma atenção.
FAIAL
Do mesmo modo, a cidade
da Horta, mais do que um ou outro museu em particular, ostenta por
si própria um vasto e diverso património cultural, histórico e etnográfico
por si só, que ainda hoje faz parte do dia-a-dia dos seus habitantes.
Um peculiar destaque vai para o paredão do porto da cidade. Sendo
esta porventura a cidade mais visitada dos Açores por marinheiros
dos quatro cantos do mundo, deu-se aqui um hábito que também se
pode encontrar por outros tantos portos das ilha, ainda que com
menos proeminência: o de deixar representações pintadas no paredão
do porto. Inúmeras e diversas figurações ficaram assim eternizadas
nestes paredões desde embarcações, a espécies marinhas, a sinais
das terras de origem dos marinheiros, até mesmo a mensagens a outros
marinheiros que ali passariam mais tarde, ou mensagens de agradecimento
à população e à cidade.
Também na cidade da Horta está
um dos cafés mais conhecidos em todo o mundo, ponto de paragem e
de encontro de gente de toda a parte: o Peter’s Café Sport. E é
ainda nas instalações deste mesmo café que se encontra uma das mais
completas colecções de trabalho em osso e dente de baleia, uma arte
agora em desaparecimento mas muito comum na época da caça à baleia.
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