Flora
e Fauna
Tendo
sido casa de inúmeras espécies que vieram importadas das diversas
regiões de onde provinham os povos que as colonizaram, as
ilhas dos Açores, elas próprias na sua condição de grande
isolamento em relação a “terra firme” e com um clima bastante
particular e favorável ao desenvolvimento das mais variadas
formas de vida, as ilhas dos Açores, retomando, foram palco
do nascimento de algumas sub-espécies que derivavam das originais
ao adaptarem-se às condições particulares que lhes ofereciam
as ilhas.
Flora
No arquipélago podem
encontrar-se cerca de 60 espécies endémicas de plantas, arbustos
e árvores. As condições particulares que lá se podem encontrar
proporcionaram que tais espécies ou derivações de espécies fossem
lá exclusivas. Nestas incluem-se o Louro, o Queiró, a Urze e o
Cedro. Para mais, cerca de 700 espécies foram sendo introduzidas
nas ilhas com o passar dos séculos, quer com fins comerciais,
quer com fins decorativos/estéticos. O clima particularmente ameno
das ilhas significa que muitas destas espécies, que teriam enorme
dificuldade de sobrevivência noutras regiões, aqui se desenvolvem
com um vigor pouco habitual.
A acrescentar um encanto
especial às ilhas estão algumas flores, como as Hortênsias, as
Camélias ou as Azáleas que são usadas como divisões naturais de
propriedades, como quebra-ventos ou simplesmente a fazer a bordadura
das estradas. Mesmo nas zonas mais remotas a vegetação desta parte
da Macaronésia empresta à sua paisagem uma beleza única. O Mogno,
o Louro, o Sanguinho entre outros fazem parte deste rico lote
de vegetação.
O Cedro, que em tantos sítios
por esse mundo fora mais não é que um arbusto, nos Açores tornam-se
árvores de maior porte e inclusive de madeira comercializável.
Outras como a Acácia ou a Criptoméria, introduzida no arquipélago
há pouco mais de um século ganharam também elas importância comercial
de relevo (inclusive como produto de exportação).
Fauna
Actualmente
não se pode dizer que hajam nos Açores espécies endémicas no sentido
estrito do termo, ou seja, espécies das quais se possa afirmar
serem originárias do arquipélago. Todavia algumas espécies que
foram sendo introduzidas nos Açores acabaram por se desenvolver
de uma forma única, sobretudo em termos de coloração e dimensão,
tornando-se assim em sub-espécies específicas do arquipélago.
Estando situadas numa posição
óptima nos cursos migratórios de muitas aves que voam de norte
a sul, de este a oeste do globo, atravessando o Atlântico, as
ilhas dos Açores ganham importância relevante para estas aves
que nelas encontram um ponto seguro de descanso, nidificação e
reprodução. Muitas nidificam nas falésias junto ao mar, nos ilhéus,
junto às lagoas ou até nas zonas mais remotas do interior das
ilhas.
O Priolo, uma pequena ave
que outrora se julgou estar extinta, foi redescoberta no seu habitat
natural dos Açores, a Serra da Tronqueira, em São Miguel, e é
hoje uma das espécies mais arduamente protegidas.
Entre as espécies de aves que se conseguiram adaptar bem ao arquipélago
contam-se também o Milhafre, o Corvo, o Canário-da-terra, o Pombo-da-rocha,
o Pombo-torcaz, o Cagarro, o Garajau, ...
A Doninha-anã, o Furão, o Ouriço-cacheiro e o Coelho selvagem
são, por seu turno espécies de mamíferos bastante comuns, sendo
este último considerado inclusive uma espécie de caça desportiva.
Já na água
doce, em ribeiras e lagoas é normal encontrar-se algumas espécies
de trutas desde a Truta-comum à Truta-arco-íris, Percas, Carpas
e Lúcios. São espécies que não só entram nos roteiros de pesca
desportiva como nos roteiros gastronómicos.
Uma espécie que merece um destaque especial entre as que se adaptaram
optimamente às condições particulares dos Açores é precisamente
o Cão-de-fila, que é hoje uma raça de cão de vigia reconhecida
nacional e internacionalmente. É um cão extremamente inteligente,
leal, resistente e trabalhador, cuja função principal tem sido
tradicionalmente manter a vigia e a guarda do gado das ilhas.
São uma raça aprovada pelo Clube Canino Português desde 1984.
Vida Marítima


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Os mares em redor
dos Açores são dos mais ricos em vida marítima do Oceano
Atlântico. Aqui pode encontrar-se o Peixe-espada, o tubarão
(em diversas espécies), o atum, o bonito, a enguia, moreia
e o chicharro. É também frequente ver peixe-voador “voando”
sobre a superfície da água, a tentar escapar aos seus predadores.
O
Cachalote é o mais frequente dos cetáceos que se pode observar
nestas águas. Dos odontocetos (baleias com dentes) também
se observam a baleia bico-de-garrafa boreal, a baleia-piloto,
a orca e a baleia-de-bico-de-Sowerby. Os Golfinhos também
se avistam regularmente nos mares dos Açores. Destes, o
comun, o bico-de-garafa do Atlântico Norte, o de risso,
o pintado e o riscado são os mais avistados.
Na prática
de snorkelling, pode ver-se uma grande variedade de espécies:
cavala, peixe-porco, peixe escorpião e o peixe zebra. Ouriços-do-mar,
polvos, e Estrelas-do-mar são abundantes nestas áreas. Com
um pouco de sorte consegue observar-se outros habitantes
destes mares como a Tartaruga marítimas, a Jamanta, o Peixe-lua,
o Tubarão-martelo, o tubarão-mako e o peixe-tigre. |
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